O vento cantava dentre as árvores que balançavam seus galhos violentamente enraivecidos enquanto o dia se esvaia pelo crepúsculo de mais um final de tarde, meus passos eram abafados pelas folhas secas do chão de final de outono e cada mínima ação era perigosa, estava completamente perdida no meio daquela floresta maldita.
Escorei-me em uma árvore grande que encontrei pelo caminho ela parecia tão velha quanto uma árvore podia ser minha respiração estava alterada alguns metros eu caminhava outros eu corria o medo tomava conta de meu corpo abraçando-me de uma forma tão gentil quanto a morte.
Deixei meu corpo mole e ele escorregou-se pela árvore senti minha blusa de frio rasgar-se e um cheiro peculiarmente quente invadiu o pequeno local que estava, afastei-me assustada da árvore quando meus olhos recaíram pude ver sangue. Havia muito sangue na árvore.
Comecei a correr com medo do que pudesse ser minha imaginação fúnebre que estava atacando outra vez, o ar fugia de meus pulmões e o oxigênio negava-se a entrar em minha mente, ouvi passos quebrando folhas, minha visão se focou ao meu lado e vi um vulto correndo.
Parei bruscamente o medo invadiu-me mais que nunca não tinha para onde correr a adrenalina caiu como uma droga em minhas veias virei-me em um giro completo buscando qualquer coisa e apenas passos fui capaz de ouvir.
Voltei a correr desesperada com os cabelos voando no rosto, quando tropecei em uma pedra que não tinha visto, um grito ecoou ao longe e de uma certeza eu tive ele não era meu, alguém ali estava morrendo de forma dolorosa e a única certeza era que eu seria a próxima vitima.
Comecei a rastejar no chão, uma dor aguda tomou meu corpo saia sangue de meu tornozelo ele provavelmente estava cortado e fraturado, esse poderia ser meu fim os gritos cessaram as árvores pararam de balançar o vento não soprou mais e os passos pararam de repente.
O calor de um corpo vinha de trás do meu, assustada com medo e sangrando virei-me mediocremente um homem estava parado com a roupa toda ensangüentada e na sua mão havia faca, senti algo cortar-me antes de um último suspiro e depois disso nada mais fiquei sabendo.
Lizzie Haubert